Indígenas:
Os
Povos Mais Esquecidos e Desfavorecidos do Mundo!
Existem pelo menos
5.000 grupos indígenas compostos por cerca de 370 milhões de pessoas vivendo em
mais de setenta países dos cinco continentes, embora a região mais
populosa seja a América Latina.
A maioria das
populações indígenas tem sido excluídas dos processos de tomada de decisões.
Muitos tem sido marginalizados, explorados e submetidos à força, abandonando
seus lugares de origem, sua identidade e seu
idioma, convertendo-se em refugiados por medo da perseguição.
A bacia do Rio
Amazonas é uma imensa selva tropical que se estende por nove países
latino-americanos e é habitada por mais de 300 nações indígenas. Trata-se
da região com mais povos indígenas não contatados do mundo, com no mínimo
setenta e sete grupos de indígenas isolados, segundo dados da FUNAI (Fundação
Nacional do Índio).
Estes grupos têm suas
terras ameaçadas pelo Estado e por forças transnacionais. Há muitos grupos
interessados no Amazonas, como os governos do Equador, do Brasil e do Peru, que
usam estas terras para aumentar a renda de seus países.
Como um sem número
de companhias dedicadas à extração das matérias primas como o ouro, a
prata ou o ferro, madeiras nobres e a extração de gás e petróleo estes
interesses econômicos incorporam o conflito com as terras naturais
dos nativos, que as consideram como terras ancestrais e sagradas.
Indígenas do México
As comunidades
indígenas do México enfrentam as piores condições educativas e socioeconômicas,
além da discriminação. Quase 50% de sua população, o que equivale dizer cerca
de 3,4 milhões de pessoas, não tem acesso aos bens e serviços públicos que o
Estado deveria lhes garantir.
Sendo que os mais pobres são aqueles que mais
sofrem com a parte da pobreza, são aqueles que mais sofrem a ruptura de
seus direitos sociais e com as limitações de suas capacidades e possibilidades
de alcançarem melhores níveis de bem estar social.
Segundos dados da
CONEVAL, pelo menos 48% daqueles que falam alguma língua indígena vivem em
condições de exclusão educativa, graças a falta de atenção e as deficiências
das políticas que deveriam garantir uma educação bilíngue de
qualidade para estes povos e comunidades, visando cumprir, por um lado, o
direito a preservação da língua materna, e simultaneamente, gerar maiores
condições de bem estar social, de não discriminação e inclusão.
Como em outras
regiões do mundo, seus territórios também estão ameaçados por megaprojetos de mineração,
implantação de hidrelétricas, parques eólicos e agora de Fracking (fratura hidráulica).
Os Kaiowá de Rio
Pardo
A tribo dos Kaiowá em
Rio Pardo, no estado do Mato Grosso (Brasil), são um exemplo de povo indígena
que quer permanecer isolado por causa dos abusos que se tem cometido contra
eles. A Funai estima que apenas 50 deles querem (podem) ser atualmente “incluídos”.
Este grupo nunca
permanece durante muito tempo no mesmo lugar, sempre fugindo dos madeireiros e
outros intrusos interessados em suas terras. Por isso, estão deixando de ter
filhos e continuam vivendo apenas da caça e da pesca, já que não podem fixar um
“endereço” e cultivar suas terras, segundo explica o Movimento ‘Survival
International’.
Suas terras não tem
sido protegidas e sua sobrevivência como povo está seriamente ameaçada. Sua
selva está sendo literalmente invadida, especialmente por madeireiros, muitos
dos quais operam a partir de Colniza, uma das cidades mais violentas da
fronteira do Brasil, localizada numa das regiões mais desmatadas da Amazônia.
Os Korubo do Vale do
Javari
Já a fronteira entre
o Brasil e o Perú, conhecida como Vale do Javarí, abriga sete povos indígenas
já contatados e outros sete não contatados e é uma das regiões de maior
concentração de povos indígenas isolados do Brasil.
Nesta região, as
doenças mortais contraídas através do contato com “estrangeiros” estão
dizimando os grupos indígenas já contatados e teme-se que estas possam
transmitir aos grupos isolados o que trará trágicas consequências.
Reserva do Salitre
Já a Reserva do
Salitre que está situada no sul da Costa Rica é outro lugar de permanente
conflito entre indígenas e “terratenientes” (“proprietários de terras”), como
são conhecidos os “fazendeiros brancos”, que teimam em atacar os indígenas para
“conquistar” suas terras.
Neste local,
aconteceu na semana passada um novo enfrentamento quando um grupo novo de “fazendeiros
brancos” chegaram a Buenos Aires de Puntarenas com armas para
expulsar a força de suas casas, incendiando seus ranchos. O Governo da Costa
Rica assegurou que “tentará” garantir a integridade física dos indígenas e
proteger suas terras.
Finalizando, um breve
“raio x” da situação na região, atualmente, no Amazonas tanto os Kayapó e
Waiapi do Brasil, os Yanomami do Brasil e da Venezuela, os Quichua e Shuar do
Ecuador, os do Perú e os Aymara da Bolívia enfrentam
lutas similares em defesa de suas terras.
Segundo a ONU,
o crime de genocídio se define como “infligir deliberadamente um grupo a
ameaças de morte com a intenção de destruí-lo, total ou
parcialmente”. Poucos sabem, mas muitos dos povos indígenas da América Latina
se encontram nesta situação. Ou seja, mais de 500 anos depois, o genocídio
indígena continua na América Latina e no Caribe.
Por: Por João Baptista Pimentel Neto, do Diálogos do Sul
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