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sábado, 3 de junho de 2023

Bruno e Dom: Ashaninka (Jornal Hoje)

 

Dom Phillips visitou o povo Ashaninka um mês antes de ser assassinado

Dom Phillips visitou o povo Ashaninka um mês antes de ser assassinado
 

As mortes do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira completam um ano em junho. Cerca de um mês antes de ser assassinado no Vale do Javari, no Amazonas, Phillips esteve no Acre, na terra do povo Ashaninka, para conhecer o processo de restauração e proteção da floresta feito na aldeia.

Os repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero foram conversar com os indígenas que estiveram com ele. A reportagem especial faz parte do projeto Forbidden Stories, um consórcio internacional que tem a missão de continuar o trabalho interrompido pelo assassinato de um jornalista no exercício da profissão.

 

Bruno Pereira e Dom Phillips. — Foto: Foto: Gary Calton/The Observer 


Nas margens do rio Amônia, bem pertinho da fronteira com o Peru, uma história de renascimento - da floresta e do povo que a ocupa há milhares de ano. Quando recuperaram sua terra, o pasto tinha substituído a mata. Mais de um século de exploração havia acabado com os animais e os peixes.

Ressuscitar a floresta, exigiu todas as mãos disponíveis. E foi feito tantas vezes, que ainda hoje a produção de mudas é um dia especial, a cada mês.

“É, isso ele falou para a gente, né? Assim, ‘o que vocês fizeram é um exemplo, né, para que vocês possam mostrar isso e dizer que a solução não é não é só derrubar, né? A solução não é derrubar a Amazônia. É porque a gente só acabando, só tirando, só tirando, também o caminho não é isso”, conta Wewito sobre as conversas com Dom Phillips.

Entre uma entrevista e outra, buscando respostas sobre como salvar a Amazônia, Dom Philips conversou com Yara, filha de Wewito, sobre o ofício do jornalista. Ela anotou tudo.

“No final do evento, eu perguntei se ele poderia me ajudar a fazer a matéria, já que ele trabalhava com isso há muito tempo, né? Ele falou que sim, aí foi me orientando a fazer a matéria. Ele escreveu uma parte, eu também escrevi… Então meio que ele deu início à minha primeira matéria que eu fiz na vida, né?”, diz Yara.

Dom também subiu o rio com os Ashaninka, para ver como eles vigiam a própria terra para impedir invasões e compartilhou da fartura que já aparece de novo, basta jogar a rede.

Eles ainda têm muitos desafios pela frente. Uma nova estrada, no Peru, pode tornar ainda maiores os perigos nessa área de fronteira. O tráfico de drogas e invasões por madeireiros e caçadores ilegais são perigos constantes, mas os Ashaninka avançam para um futuro que eles mesmos estão construindo.


Jornal Hoje

03 de junho de 2023 às 14:39hs