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sexta-feira, 21 de julho de 2023

Língua Indígena (G1)

 

Amazonas passa a ter 16 línguas indígenas oficiais

Yanomami está entre as línguas oficiais do Amazonas — Foto: GETTY IMAGES


O Amazonas agora tem 17 línguas oficiais, 16 delas indígenas. Uma lei estadual que reconhece os novos idiomas foi assinada na quarta-feira (19), em São Gabriel da Cachoeira, logo após o evento de lançamento da primeira Constituição Federal traduzida para o Nheengatu. Saiba quais são as línguas.

A lei estadual inclui 16 línguas indígenas na lista oficial de idiomas falados no Amazonas. Com o português, elas somam 17 línguas.

A sanção da Lei de Cooficialização e de Instituição da Política Estadual de Proteção das Línguas Indígenas, criada pelo Governo do Amazonas, ocorreu após o lançamento da primeira Constituição Federal traduzida para o Nheengatu. A publicação foi lançada pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, na quarta-feira.

O evento de assinatura aconteceu na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus), considerada a cidade mais indígena do Brasil.

Presente na solenidade, o governador em exercício, Tadeu de Souza, afirmou que as leis sancionadas reconhecem as línguas indígenas faladas no Amazonas como patrimonial e cultural imaterial.

"O Amazonas, a partir de hoje, tem 17 línguas oficiais. O português é só uma delas. Imaginem quão cultural, social e pessoalmente mais ricos seremos, lá na frente, quando muitos de nós aqui, ou nossos filhos ou netos, formos capazes de nos comunicar em várias dessas línguas. Haverá uma transmissão de conhecimento que nem sequer conseguimos imaginar aqui e agora. Que esse tempo não demore a chegar", disse, no discurso.

Após a assinatura, Tadeu de Souza entregou, em mãos, o texto completo da nova lei ao presidente da Foirn, Marivelton Baré; à presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana; ao prefeito de São Gabriel da Cachoeira, Clóvis Moreira Saldanha; à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; à presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Nélia Caminha; e às ministras do STF, Rosa Weber e Carmen Lúcia. O corregedor do TJAM, desembaçador Jomar Fernandes, também esteve presente na solenidade.

Também participaram do evento o desembargador do CNJ, Luís Lanfredi; a juíza Andréa Medeiros; além dos professores José Ribamar Bessa Freire, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marco Lucchesi, presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

Nova lei estadual

A nova lei estadual foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) no dia 12 de julho deste ano. Ela é resultado de uma mensagem governamental assinada pelo governador Wilson Lima.

A partir da nova legislação, as línguas oficiais do Amazonas passam a ser:

1.      Apurinã

2.      Baniwa

3.      Dessana

4.      Kanamari

5.      Marubo

6.      Matis

7.      Matses

8.      Mawe

9.      Mura

10. Nheengatu

11. Português

12. Tariana

13. Tikuna

14. Tukano

15. Waimiri

16. Waiwai

17. Yanomami

Em paralelo, a legislação do Amazonas passa a contar com a Política de Proteção das Línguas Indígenas que inclui, entre outras diretrizes, o reconhecimento e a garantia do direito fundamental de pessoas e comunidades indígenas ao pleno uso público da própria língua, seja dentro ou fora de terras indígenas.

 

G1 AM

21 de julho de 2023 às 14h22

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Educação Indígena: USP, FOIRN, NADZOERI (Jornal da USP)

 

USP assina acordo com associações indígenas para colaborar em escolas no Amazonas

 

São Gabriel da Cachoeira - Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real
 

Acordo de cooperação é resultado de 14 anos de parceria entre Faculdade de Educação e povos baniwa-koripako, da região do Rio Negro; atividades servirão à formação docente, assessoria local em política educacional e produção de novos conhecimentos de base intercultural

A Faculdade de Educação (FE) da USP celebrou um termo de cooperação técnica, não com universidades, mas com dois órgãos indígenas sediados em São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas. Trata-se da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e da Organização Baniwa e Koripako Nadzoeri – integrante da Foirn e responsável pelo Içana, território dos povos baniwa-koripako na região do Rio Negro. O foco da cooperação são ações de educação escolar indígena nessa região do Brasil.

Publicado no Diário Oficial em 2 de setembro de 2022, o acordo foi idealizado pelas associações indígenas em parceria com o Centro Universitário de Investigações em Inovação, Reforma e Mudança Educacional (Ceunir), da FE. Prevendo intercâmbios com docentes, pesquisadores, estudantes, técnicos e líderes das três entidades, o acordo também propõe ações conjuntas de pesquisa, ensino e extensão. Essas atividades servirão à formação docente, à assessoria local em política educacional e à produção de novos conhecimentos de base intercultural, em colaboração com as comunidades federadas à Nadzoeri e à Foirn.

Para o professor Elie Ghanem, coordenador do Ceunir, a importância da iniciativa é dupla. “Além de estender a capacidade de atuação da Feusp para fazer interlocuções, extensão e pesquisa no Alto Rio Negro brasileiro, traz para a atenção da faculdade a riqueza e atualidade dos conhecimentos, problemas e inovações que se podem encontrar nas escolas indígenas contemporâneas – objetos de atenção crescente nas mais diversas áreas de pesquisa científica”, afirma. Além disso, o professor ressaltou que “enquanto a cooperação acadêmica costuma se limitar aos arranjos entre instituições de educação superior, a parceria da FE com a Foirn e a Nadzoeri intensifica relações entre a USP e as organizações da sociedade civil, beneficiando uma rede com dezenas de escolas indígenas municipais e estaduais”.

O acordo tem duração de cinco anos, podendo ser renovado. “[O ato] reflete a intenção de uma parceria científica duradoura com esses grupos indígenas, já que as relações de colaboração que o documento reconhece foram impulsionadas – e impulsionaram – linhas de pesquisas em Educação Escolar Indígena”.

 

Padrão do catálogo de obras de Denilson Baniwa. Disponível neste link.

Trabalho de campo em 2018 na Escola Baniwa Eeno Hiepole, comunidade Canadá, bacia do Içana. Ao centro, em pé: Diana Pellegrini, Elie Ghanem e Antônio Góes Neto, pesquisadores do Ceunir. Ao centro, ajoelhado, Nelson Thomé Baniwa, então coordenador da escola, acompanhado dos colegas docentes e de estudantes do ensino médio - Foto: Arquivo Ceunir

 

Parceria formalizada

São Gabriel da Cachoeira, já alcunhada “a cidade mais indígena do Brasil”, situa-se no extremo noroeste do Amazonas (na região apelidada Cabeça do Cachorro) e faz fronteira com a Colômbia e a Venezuela. É o município de referência da chamada área etnográfica do Alto Rio Negro. Ali, vivem mais de 20 etnias e falam-se 19 línguas, num complexo sistema regional. Essa variedade de povos configura redes ancestrais de relações e trocas culturais, econômicas, matrimoniais, linguísticas, ecológicas, sociais e cosmológicas.

A colaboração da FE com órgãos indígenas e indigenistas de São Gabriel em temas de educação escolar e política educacional remonta a 2008, quando o professor Elie Ghanem, hoje coordenador do Ceunir, prestou assessoria à elaboração do Plano Municipal de Educação local. De acordo com informações do centro, havia intenso e qualificado apoio da prefeitura e de parceiros nacionais e internacionais para a criação de projetos escolares experimentais. Na época, a discussão se dava em nível comunitário para que os projetos fossem implantados nas escolas – todas indígenas – da ampla rede pública municipal. Essa experiência, com seus sucessos, dificuldades e transformações, veio a se tornar emblemática entre os casos-modelo da chamada “educação escolar indígena diferenciada”, bandeira reivindicada pelos grupos originários desde a Constituição de 1988.

Seguiram-se, a partir de 2011, pesquisas coordenadas por Ghanem, com fomento da Fapesp e do CNPq, das quais resultaram as primeiras dissertações, teses e artigos produzidos na convivência com escolas e comunidades kotiria, tuyuka, baniwa-koripako. O mais recente ciclo, realizado entre 2018 e 2021, destinado a identificar atores e condições-chave na seleção dos saberes a ensinar, envolveu cinco escolas baniwa-koripako do rio Içana e afluentes, além de ampliar comparações para escolas guarani de São Paulo e guarani-kaiowá, do Mato Grosso.

“As conversações levaram ao todo cinco anos. Os trâmites foram reanimados depois que se atravessaram os períodos mais difíceis da pandemia no Amazonas e em São Paulo. À distância, os laços se fortaleceram no enfrentamento solidário da crise e no luto diante da perda de eminentes lideranças do rio Negro pela covid-19, como foi o caso do diretor da Foirn Isaías Fontes, baniwa, que estivera presente e ativo nas reuniões preliminares sobre a cooperação”, afirmam os pesquisadores do Ceunir.

 

O professor Juvêncio “Dzoodzo” Cardoso faz a assinatura solene do Termo de Cooperação da Nadzoeri-Foirn com o Ceunir na Escola Baniwa Eeno Hiepole, comunidade de Canadá, rio Ayari, bacia do Içana - Foto: Lay Cardoso

 

Desenvolvimento Sustentável


Dos encontros na Maloca da Foirn, em fev. 2020, participaram lideranças baniwa como André Fernando, Juvêncio Cardoso, Isaías Jairo da Silva, Nelson Thomé, Isaías Fontes, Mônica Apolinário e Bonifácio José, além de outros professores e acadêmicos indígenas, dos pesquisadores do Ceunir e de parceiros convidados - Foto: Juvêncio Cardoso

 

Depois da publicação no Diário Oficial, as entidades inauguraram uma agenda de diálogo para detalhar os planos de ação de forma participativa. As partes devem buscar juntas fontes diversas para custear as atividades.

“Essa parceria tem a perspectiva de subsidiar e fortalecer a implementação de ações dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental dentro do território indígena, visando sempre o desenvolvimento territorial sustentável indígena, como parte da política nacional”, afirma o professor baniwa Juvêncio “Dzoodzo” Cardoso, coordenador da Nadzoeri. Ele se refere à Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) de Terras Indígenas, instituída pelo Decreto nº 7.747/2012. O primeiro PGTA dos Baniwa-Koripako, começado em 2015, foi concluído e publicado em 2021 e confere uma importância estratégica à educação escolar.

Cardoso lembra que o acordo surge de uma antiga e cuidadosa caminhada conjunta. “Todo esse processo de construção está de acordo com os nossos protocolos de consulta, respeitando as convenções da Organização Internacional do Trabalho e a consulta livre e esclarecida. Essa parceria resulta de um longo processo, e o mais importante é que ela vem pela demanda da Nadzoeri. Já existe um histórico de envolvimento”, lembra.

 

Próximos Passos

A jovem comunicadora baniwa Lainice Cardoso, de 13 anos, estudante do 8º ano na Escola Baniwa Eeno Hiepole – situada na comunidade Canadá, no remoto rio Ayari, afluente do Içana –, publicou fotos da assinatura do Termo de Cooperação nas redes sociais: “Os estudantes e professores da Escola Baniwa Eeno Hiepole comemoram o momento de assinatura do Termo de Cooperação Técnica e estão confiantes e esperançosos com essa construção de parceria. Estamos assim fazendo e marcando um novo momento na história da Educação Escolar Baniwa e Koripako, junto com os demais 23 povos indígenas do Alto Rio Negro”, escreveu.

O próximo marco deste desafio será o sexto FNEEI (Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena), que acontece de 30 de novembro a 3 de dezembro em Brasília, e entregará à equipe de transição do governo Lula suas reivindicações para as escolas indígenas diferenciadas. “Será a oportunidade de recuperar os recentes retrocessos, reconstruir e consolidar direitos, ouvindo as diferentes vozes do movimento indígena contemporâneo. Eventos como o Fórum expressam o grande empoderamento do movimento dos professores, lideranças e comunidades indígenas, que atualizam suas reivindicações e direitos educacionais, cada vez mais fortalecidos e instrumentados para uma interlocução qualificada com os poderes públicos e outros atores institucionais”, afirmam os pesquisadores do Ceunir.

“Para nós, é um privilégio e um constante aprendizado trabalhar nessa perspectiva fortemente participativa das parcerias com a Foirn e a Nadzoeri, porque os processos de consulta ampliada na formatação dos projetos só enriquecem tanto as vivências quanto o conhecimento produzido”, destaca Ghanem. Ele afirma que projetos de futuro nesta região elevam o desafio de produzir resultados científicos, institucionais e educacionais relevantes para essas populações.

Em São Gabriel, a iniciativa pretende lançar convites a professores, estudantes, lideranças, gestores educacionais, entidades parceiras, docentes universitários e pesquisadores. A ideia é desenvolver atividades que criem, com as redes locais de atores educacionais, espaços plurais de diálogo, estudo, qualificação profissional e debate científico e social.

 

Ceunir

Criado em 2015, o Centro Universitário de Investigações em Inovação, Reforma e Mudança Educacional (Ceunir), da FE, constituiu as linhas de ação e a rede de pesquisadores em um processo colaborativo. Em sua forma atual, o grupo tem mais duas linhas de investigação, além da Educação Escolar Indígena: as pesquisas em Educação e Direitos Humanos, e em Tendências em Inovação Educacional.

Os trabalhos de campo do Ceunir envolvem a prestação de assessoria a equipes escolares, bem como oficinas com docentes, lideranças, estudantes e outros públicos. As atividades são planejadas processualmente, em conjunto com os grupos locais. Essa abordagem, ao mesmo tempo em que fornece uma contrapartida mais direta à colaboração das comunidades nas investigações, cria novas chances de convivência, de compreensão, de observação participante e de coleta de informação.


Elie Ghanem é coordenador do Ceunir - Foto: Divulgação / IEA - USP

Saiba mais: https://www4.fe.usp.br

 

Jornal da USP

Tabita Said com informações de Diana Pellegrini e Elie Ghanem

28 de novembro de 2022.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Cartilhas Covid-19 (ISA)


Amazônia
Cartilhas em idiomas indígenas para combate ao Covid-19

Cartilha para combate ao Covid-19 nos idiomas Baniwa, Tukano, Nheengatu, Dâw, Hupda e Português.

Proteger as comunidades indígenas do Alto Rio Negro da pandemia do coronavírus mobilizou esforços urgentes da equipe do Instituto Socioambiental (ISA) baseada em São Gabriel da Cachoeira (AM) para a elaboração de cartilhas informativas nas línguas Baniwa, Tukano, Nheengatu, Dâw, Hupda a serem levadas para as Terras Indígenas pelos profissionais de saúde do DSEI-ARN (Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro).
O material tem versão em português e também é usado em contexto urbano pelos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), assim como por outros multiplicadores da área de educação, meio ambiente e saúde, como os agentes indígenas de manejo ambiental (Aima’s), lideranças e comunicadores indígenas.
“As cartilhas chegam em um momento excelente. Justo quando nossas 25 equipes multidisciplinares de saúde vão entrar em campo para trabalhar a prevenção ao Covid-19. Educação e saúde caminham juntas e a conscientização sobre essa nova doença, feita de forma adaptada ao contexto cultural, é fundamental para o trabalho dar certo”, afirmou Sediel Ambrósio, enfermeiro e responsável pelo núcleo II de Planejamento, Gestão do Trabalho e Educação Permanente do DSEI-ARN. Sediel é responsável pela entrega dos materiais aos 25 pólos base de saúde que existem na área do DSEI-ARN.
As ações de comunicação, educação e informação estão previstas no Plano de Contingência para Infecção Humana pelo novo Coronavírus em Povos Indígenas do DSEI-ARN, que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, com total de aproximadamente 30 mil indígenas atendidos.

Sediel Ambrósio, responsável pelo planejamento, gestão e educação permanente do DSEI-ARN, na comunidade Hupd'ah de Santa Cruz do Tury, TI Alto Rio Negro.

Neste plano, os especialistas alertam para a vulnerabilidade dos índios da região em relação à Covid-19, uma vez que 10% dos aldeados são maiores de 60 anos, considerado grupo de risco da doença. Além disso, também alerta para o alto índice de morbidades ligadas à Influenza (gripe) e pneumonia, além de doenças relacionadas ao aparelho respiratório e circulatório. Em 2018, 7,4% dos óbitos registrados no DSEI-ARN foram relacionados a doenças respiratórias, aponta o Plano de Contingência (anexo abaixo).
O material informativo é disponibilizado em um livreto de papel reciclado e também formato digital. Além disso, a partir deste conteúdo são distribuídos ainda podcasts educativos pelos comunicadores da Rede Wayuri para serem compartilhados via celular nas línguas indígenas. As equipes do DSEI-ARN e Semsa também já vêm usando a rede de radiofonia da Foirn para informar às comunidades indígenas sobre o agravamento da pandemia no Brasil e na região amazônica. 

Mobilização
Poucos dias após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar situação de pandemia, foi criado por decreto municipal em São Gabriel da Cachoeira – município mais indígena do Brasil – o Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao novo Coronavírus. Interinstitucional, o comitê integra esforços para prevenir a chegada do Covid-19 no Alto Rio Negro, assim como buscar melhorias urgentes para o sistema de saúde da região em caso da proliferação da doença. O ISA, junto com a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), participa deste comitê e assessora os trabalhos de comunicação, educação, assessoria jurídica e defesa de direitos.

Mapa de localização territorial dos polos base do DSEI Alto Rio Negro.

O secretário municipal de saúde de São Gabriel da Cachoeira, Fábio Lobato Sampaio, esteve em Manaus para articular recursos e insumos para serem levados ao município com urgência. Sampaio chegou de volta a São Gabriel com materiais adquiridos junto à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), entre os quais 300 testes rápidos de Covid-19 e kits de EPIs (equipamentos de proteção individual, como luvas e máscaras). “Continuaremos nossos esforços integrados dentro do comitê para enfrentar essa pandemia. É muito importante para o município ter a união das instituições nesse momento tão difícil”, disse.
Os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel também receberão recursos emergenciais do Fundo de Fomento, Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas), segundo anunciado pelo governador do Amazonas, Wilson Lima.
Ao todo serão R$ 70 milhões deste fundo destinados ao interior do estado. Barcelos e Santa Isabel receberão R$ 360 mil (cada um) e São Gabriel ficará com R$ 515 mil, que serão aplicados de acordo com o plano de contingência dos municípios, sendo 70% para custeio das operações e 30% em investimentos, segundo Sampaio.
Uma das maiores preocupações no Rio Negro é o fato de os municípios não terem Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou respiradores mecânicos. Em casos graves, os pacientes precisarão ser removidos para a capital, Manaus, distante cerca de mil quilômetros. Dessa forma, os esforços neste momento da pandemia no Brasil estão voltados ao isolamento dos municípios e a fortes campanhas de educação e informação para que a população evite a circulação e permaneça em isolamento social.
No caso dos moradores das Terras Indígenas, a indicação é que permaneçam em suas comunidades até o fim da crise. “Precisamos que os nossos parentes fiquem em suas casas nas comunidades e só venham para a cidade em casos de necessidade urgente. O ideal agora é se proteger ficando em suas casas”, recomendou o presidente da Foirn, Marivelton Barroso, do povo Baré.

01 de abril de 2020.