Tainá e os Guardiões da Amazônia
A importância da amizade.
O
mundo da criança, repleto de imaginação e fantasia, é sempre uma fonte de
ideias para a criação de produtos que entrem nesse universo infantil. Uma
dessas produções é a animação Tainá e os Guardiões da Amazônia, que acaba de
chegar ao catálogo da Netflix Brasil e da América Latina. Também é exibida
pelos canais Nickelodeon, Nick Jr. e na Band.
Quando
Pedro Carlos Rovai, que morreu em 2018, e Virginia Limberger idealizaram as
histórias de pequena Tainá, provavelmente sonharam que agradaria a um grande
público, mas não devem ter imaginado que o sucesso seria tamanho. “Hoje,
podemos dizer que Tainá é um case de sucesso”, afirma Virginia, que comemora o
fato de a trilogia de filmes ter sido licenciada para TVs de 45 países, além da
série e dos clipes musicais chegarem a vários vizinhos, com som em português e
em espanhol.
“Temos
parceiros na distribuição na Europa e na China, é incrível ver Tainá dublada em
chinês!”, comemora a criadora, que revela a produção do longa-metragem Tainá e
os Guardiões da Amazônia: Em Busca da Flecha Azul, da segunda temporada da
série animada e também dos planos de um musical para o teatro.
Composta
por 26 episódios curtos, de 11 minutos cada um, a animação é destinada a
crianças de 3 a 6 anos, mas certamente agrada a um público maior com suas
características visuais, além das historinhas cheias de aventura e com o
objetivo de motivar as relações de amizade, respeitando a cultura indígena.
Ao
lado de Tainá e sua flecha azul mágica estão seus amigos, o macaco Catu, o
urubu-rei Pepe e a pequena ouriço Suri. Quando algo de anormal acontece, os
animaizinhos chamam a valente Tainá com o grito ‘cru-cru’ e ela surge para,
juntos, resolverem o problema.
“Colocamos
na tela uma protagonista de aventura, menina indígena, independente e forte,
vivendo na nossa Floresta Amazônica. E apresentamos esse mundo a ser respeitado
e valorizado para as crianças da primeira infância”, explica a criadora.
Ela
revela que a ideia para a criação de Tainá e todos os personagens surgiu de
viagem do diretor Pedro pelo Rio Negro, no Amazonas, quando observou que “as
crianças ribeirinhas tinham como bichinhos de estimação filhotinhos de jacaré,
macaquinhos, bichos preguiça e até mini cobras, e que viviam numa completa
harmonia com a natureza”. Essas cenas o pegaram em cheio e, ao voltar, trouxe
consigo a ideia de contar essa história para o mundo. “Assim Tainá foi criada.”
Na equipe, estão o roteirista principal Rafa Campos Rocha, o diretor André
Forni, e as vozes de Alice Crisci (Tainá), Caio Guarnieri (Catu), Yuri Chesman
(Pepe) e Laura Chasseraux (Suri).
Importante
tema de amor à natureza e preservação dos seres que a habitam, que precisa ser
lembrado, aproveitando que neste domingo, 19, é o Dia do Índio, e passando
esses ensinamentos a todos, principalmente às gerações que estão vindo. Para
Virginia, Tainá traz, intrinsecamente, a mensagem positiva de cuidado com a
natureza e de respeito à diversidade cultural. “São valores importantes de se
aprender desde cedo. Dessa forma, através do lúdico, da aventura, Tainá
contribui para tornar o mundo melhor”, diz. Ela destaca ainda que são vários os
ingredientes para se fazer um produto para um público tão jovem e que variam de
acordo com a idade a ser atingida.
A
criadora conta que esses personagens foram ideia do cineasta Pedro Rovai, com
quem ela produziu os três filmes da trilogia em live-action. “Estou envolvida
com esse trabalho desde a concepção, há mais de 20 anos, e criamos um forte
envolvimento com as protagonistas dos filmes, Eunice Baía, a Tainá dos filmes 1
e 2, e Wiranu Tembé, a estrela indígena do terceiro filme. Acabamos formando
uma família em torno da personagem, a família Tainá”, afirma, lamentando o fato
de que “Pedro não pôde acompanhar o final do desenvolvimento da série de
animação, mas sua criação está ali, na tela”.
Eliana
Silva de Souza, 18 de abril de 2020 às 05h00
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