sábado, 18 de abril de 2020

Tainá e os Guardiões da Amazônia (O Estado de São Paulo)


Tainá e os Guardiões da Amazônia
A importância da amizade.
    

O mundo da criança, repleto de imaginação e fantasia, é sempre uma fonte de ideias para a criação de produtos que entrem nesse universo infantil. Uma dessas produções é a animação Tainá e os Guardiões da Amazônia, que acaba de chegar ao catálogo da Netflix Brasil e da América Latina. Também é exibida pelos canais Nickelodeon, Nick Jr. e na Band.


Quando Pedro Carlos Rovai, que morreu em 2018, e Virginia Limberger idealizaram as histórias de pequena Tainá, provavelmente sonharam que agradaria a um grande público, mas não devem ter imaginado que o sucesso seria tamanho. “Hoje, podemos dizer que Tainá é um case de sucesso”, afirma Virginia, que comemora o fato de a trilogia de filmes ter sido licenciada para TVs de 45 países, além da série e dos clipes musicais chegarem a vários vizinhos, com som em português e em espanhol.


“Temos parceiros na distribuição na Europa e na China, é incrível ver Tainá dublada em chinês!”, comemora a criadora, que revela a produção do longa-metragem Tainá e os Guardiões da Amazônia: Em Busca da Flecha Azul, da segunda temporada da série animada e também dos planos de um musical para o teatro.


Composta por 26 episódios curtos, de 11 minutos cada um, a animação é destinada a crianças de 3 a 6 anos, mas certamente agrada a um público maior com suas características visuais, além das historinhas cheias de aventura e com o objetivo de motivar as relações de amizade, respeitando a cultura indígena.


Ao lado de Tainá e sua flecha azul mágica estão seus amigos, o macaco Catu, o urubu-rei Pepe e a pequena ouriço Suri. Quando algo de anormal acontece, os animaizinhos chamam a valente Tainá com o grito ‘cru-cru’ e ela surge para, juntos, resolverem o problema.


“Colocamos na tela uma protagonista de aventura, menina indígena, independente e forte, vivendo na nossa Floresta Amazônica. E apresentamos esse mundo a ser respeitado e valorizado para as crianças da primeira infância”, explica a criadora.


Ela revela que a ideia para a criação de Tainá e todos os personagens surgiu de viagem do diretor Pedro pelo Rio Negro, no Amazonas, quando observou que “as crianças ribeirinhas tinham como bichinhos de estimação filhotinhos de jacaré, macaquinhos, bichos preguiça e até mini cobras, e que viviam numa completa harmonia com a natureza”. Essas cenas o pegaram em cheio e, ao voltar, trouxe consigo a ideia de contar essa história para o mundo. “Assim Tainá foi criada.” Na equipe, estão o roteirista principal Rafa Campos Rocha, o diretor André Forni, e as vozes de Alice Crisci (Tainá), Caio Guarnieri (Catu), Yuri Chesman (Pepe) e Laura Chasseraux (Suri).


Importante tema de amor à natureza e preservação dos seres que a habitam, que precisa ser lembrado, aproveitando que neste domingo, 19, é o Dia do Índio, e passando esses ensinamentos a todos, principalmente às gerações que estão vindo. Para Virginia, Tainá traz, intrinsecamente, a mensagem positiva de cuidado com a natureza e de respeito à diversidade cultural. “São valores importantes de se aprender desde cedo. Dessa forma, através do lúdico, da aventura, Tainá contribui para tornar o mundo melhor”, diz. Ela destaca ainda que são vários os ingredientes para se fazer um produto para um público tão jovem e que variam de acordo com a idade a ser atingida.


A criadora conta que esses personagens foram ideia do cineasta Pedro Rovai, com quem ela produziu os três filmes da trilogia em live-action. “Estou envolvida com esse trabalho desde a concepção, há mais de 20 anos, e criamos um forte envolvimento com as protagonistas dos filmes, Eunice Baía, a Tainá dos filmes 1 e 2, e Wiranu Tembé, a estrela indígena do terceiro filme. Acabamos formando uma família em torno da personagem, a família Tainá”, afirma, lamentando o fato de que “Pedro não pôde acompanhar o final do desenvolvimento da série de animação, mas sua criação está ali, na tela”.

Eliana Silva de Souza, 18 de abril de 2020 às 05h00

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